quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dos bastidores: "Quem é o vosso candidato a reitor'?"

«´E então quem é o vosso candidato a reitor?`, Perguntaram-me. Docemente, respondi: ´É ainda muito cedo para dar essa resposta. Isso também vai depender dos resultados destas eleições. Temos vários candidatos potenciais em mente, mas teremos que ver o que acontece nas eleições. Há várias pessoas na nossa lista de candidatos que, caso não entrem no CG, serão possíveis candidatos a reitor". Imagino que tenham ficado a pensar que é [...], aposto."

NDNR

"REUNIÃO Nº 007/2013 DA COMISSÃO ELEITORAL: Convocatória"

«DATA: 4 de março de 2013
HORAS: 15h00
LOCAL: Sala de Reuniões da Reitoria (3º Piso) no CP2 – Campus de Gualtar

Ordem de Trabalhos:
1. Informações;
2. Aspetos logísticos relacionados com as mesas de voto;
3. Informação à academia sobre competências da Comissão Eleitoral;
4. Outros assuntos.

Braga, 27 de fevereiro de 2013
A Presidente da Comissão Eleitoral,
Minoo Farhangmehr
(Profª Catedrática)

Distribuição:
Comissão Eleitoral: Minoo Farhangmehr, Filipe Vaz, Joaquim Rocha, Henrique Sousa, Orlanda Lima, Carla Rocha e Ricardo Ribeiro.
Mandatários das Listas: Professores Maria José Manso Casa-Nova, José António Cadima Ribeiro e Pedro Bacelar de Vasconcelos; Estudantes: Pedro Pinheiro, Eduardo Velosa e Tiago Henriques;  Licª Lúcia Guise.
Membros das mesas de voto: Professores: Maria Rosa S.P. Cabecinhas, Susana Paula G. Costa, Graça Mª Henrique Minas, Maria Graça P.R. Guedes, Rui Pedro G. Pereira e Fernando Alberto S. Petronilho; Estudantes: Rui Flávio Gonçalves da Silva, Ana Isabel Vieira Carvalho, Madalena Filipa oliveira Azevedo, Jessica Neto Oliveira, Sofia Carvalho Oliveira, Ana Filipa da Costa Pinto, Cármen Sofia Vieira de Sousa; Pessoal não Docente: Íris C.S. Saraiva, Ana A.V. Carvalho, João Paulo G. Peixoto, José Daniel P.C. Freitas, Maria Sameiro Araújo Silva Fernandes, Sandra Manuela Xavier Alves.»

(reprodução de convocatória etRetanto recebida, encaminhada pelo Secretariado do Conselho Geral)

Dos bastidores: "Blackboard"

«A questão, a meu ver, não se põe no regresso a uma gestão sem ferramentas informáticas mas sim a quão invasivas, contra-intuitivas, orientadas para um utilizador especializado (depedente de formação intensiva) e consumidoras de tempo estamos dispostos a aceitá-las. Ainda hoje, falando com uma colega da informática, me apontava ela vários aspectos do (nosso) Blackboard evidenciadores de não ter sido tomado como referência de desenvolvimento da plataforma o tempo consumido ao utilizador e mesmo a funcionalidade. A título de exemplo impunha-se dar ao docente (como sucede com o Moodle) a possibilidade de visualizar as coisas em "modo aluno". Como a coisa está, por vezes afixamos avisos e conteúdos que os alunos acabam por não encontrar - não nos sendo possível descrever (no aviso) o caminho exacto que os leve até ao item pretendido...»

NDNR

Lista B: Transparência, Participação, Responsabilidade


“Faz falta alguém que anime e lidere"

Notícia Correio do Minho
ACB: “O futuro passa por Braga”:
http://www.correiodominho.pt/noticias.php?id=67826

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Comissão Eleitoral do CG - DEBATES sobre a eleição do Conselho Geral"

«À Comunidade Académica
Como é do vosso conhecimento, estão a decorrer os procedimentos eleitorais para a eleição dos novos membros do Conselho Geral. O Conselho Geral é o órgão colegial máximo de governo e de decisão estratégica da Universidade. De acordo com o artigo 38.º dos Estatutos da Universidade do Minho, compete ao Conselho Geral eleger o reitor da Universidade.
Trata-se de um processo de extrema importância para a vida democrática da Universidade do Minho.
Neste sentido, a Comissão Eleitoral divulga a agenda e apela à participação de toda a Comunidade nos debates a realizar:
Ø  Dia 5 de março, terça-feira (15h00 às 18h00) Auditório B1.12, no Campus de Azurém
Ø  Dia 7 de março, quinta-feira (15h00 às 18h00) Auditório A1, no Campus de Gualtar
entre as Listas Candidatas - dos Professores e Investigadores – contando com a moderação do Senhor Professor Sousa Miranda, professor aposentado da Escola de Engenharia, que gentilmente acedeu ao convite.
No respeitante aos Trabalhadores não Docentes e não Investigadores estão previstas, igualmente, duas sessões de esclarecimento, nomeadamente:
Ø  Dia 5 de março, pelas 14h30, no auditório B1 do Campus de Gualtar
Ø  Dia 7 de março, pelas 14h30, no auditório B2.33 do Campus de Azurém
Em relação aos Estudantes aguardamos ainda informação.
Encontra-se disponível na página http://www.conselhogeral.uminho.pt/Default.aspx?tabid=4&pageid=95&lang=pt-PT toda a informação relativa a este processo.
A Presidente da Comissão Eleitoral,

Minoo Farhangmehr
(Prof. Catedrática)
________________________________
Conselho Geral
Universidade do Minho
Tel.: 253 601104
Fax: 253 601119»

(reprodução de mensagem, distribuída universalmente na rede da UMinho, que entretanto nos caiu na caixa de correio electrónico, proveniente da entidade identificada)

Dos bastidores: "quero ter a certeza de que vou sobreviver até ao meu momento de reforma"

"Como ainda acredito que posso mudar um pouco o mundo onde me movo, estou empenhada na Lista B, candidata ao Conselho Geral. Também quero ter a certeza de que vou sobreviver até ao meu momento de reforma, pelo que estou a tentar lutar pela dignificação do trabalho dos docentes.
Tomei a liberdade de lhe deixar um desdobrável no seu cacifo."

NDNR

Lista B: recordando quem são os candidatos efectivos

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ecos de um debate: "talvez necessitemos de um ´ideário incompleto`"

«Ora bem, aqui está um ideário com o qual é fácil concordar, mas que não encontra grande eco na vida académica, onde podemos encontrar tudo o que aqui se diz de "bom" e de "mau", e muito mais. 
Em vez de um "ideário completo", talvez necessitemos de um "ideário incompleto", que nos permita superar uma visão dicotómica da universidade como a que aqui nos é transmitida, e que nos permita gerir a diversidade em vez de a pretender anular.

Flávia Vieira
flaviav@ie.uminho.pt
Universidade do Minho - Instituto de Educação
Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didáctica e Supervisão


[...]»

(reprodução de mensagem entretanto distribuída universalmente na rede da UMinho, com a autoria que se identifica

"Confirmação - Moderador dos Debates"

«Exmos. Senhores Mandatários das Listas de Professores e Investigadores
Estimados Profs. Mª José Casa-Nova, Cadima Ribeiro e Pedro Vasconcelos

Por indicação da Presidente da Comissão Eleitoral, Prof. Minoo Farhangmehr, gostaria de informar V. Exas que o Senhor Prof. Sousa Miranda, aceitou, gentilmente, o convite que lhe foi endereçado para moderar o debate entre as Listas candidatas à eleição para o Conselho Geral da Universidade do Minho.
Com os melhores cumprimentos.
Corália

Corália Barbosa
________________________________
Conselho Geral
Universidade do Minho
Tel.: 253 601104
Fax: 253 601119

(reprodução de mensagem entretanto recebida, com origem na entidade identificada)

CALL {TRANSPARÊNCIA|PARTICIPAÇÃO|RESPONSABILIDADE} @ UM (26 de fevereiro a 11 de março de 2013)



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coisas do quotidiano da UMinho: "Re: Furto de portatil - apelo"

«Boa noite Elsa e demais elementos da comunidade académica,

Antes de mais desejo que consigas recuperar o teu material, mesmo que tenhas de pagar um preço bem mais elevado por ele. Para ti, assim como para todos os que apenas efetuam cópias de segurança no disco que anda junto ao PC, recomendo que usem opções que permitam a salvaguarda dos dados online. Existem dezenas de aplicações que efetuam a sincronização dos dados do vosso PC para a "Internet" de forma gratuita. Como exemplos o https://www.dropbox.com/, o https://skydrive.live.com/, ou o https://drive.google.com/

Espero que efetues queixa registada tanto na PSP de Braga, como nos serviços de segurança da UM pois só assim podem ter registo dos níveis de insegurança que se têm registado. Infelizmente, não és o único exemplo da falta de segurança que se tem visto na UM. Há uns anos atrás, estávamos todos preocupados com a presença de certos indivíduos a "pedir" dinheiro à saída da UM. Dezenas de "pedidos" hostis foram efetuados, mas nunca foi feito nada que efetivamente resultasse num aumento do sentimento de segurança dos alunos.

Hoje, já todos sabemos que o problema da insegurança passou os muros da Universidade. Já são vários os casos de assaltos a carros, ou mesmo de ofensas à integridade física muito graves. É necessário tomar medidas neste campo que podem ir desde aumento do "policiamento privado", à alteração da sua forma de atuação ou à alteração das suas valências dentro do campus. Atualmente os seguranças da UM pouco mais deixam transparecer do seu trabalho o que a fiscalização do estacionamento, o controlo de acessos a edifícios, darem informações a desconhecidos que não se sabem localizar na UM, ou o controlo de quem se encontra na relva da UM. Uma vigilância mais eficaz de todo o campus, com mais efetivos, deveria ser tida em conta.

Outras questões como por exemplo a falta de luz em certas partes da UM também deveriam ser avaliadas. Não sei se o teu caso ocorreu durante a noite, ou durante o dia, mas existem zonas na UM, e arrisco-me a dizer a maioria das zonas da UM, que têm um défice de iluminação que automaticamente as torna em locais facilitadores do crime. É um facto que se deve apostar na eficiência energética, mas ao mesmo tempo deve-se apostar em questões essenciais como a segurança dos alunos.

Faço um apelo a todas as autoridades competentes, desde a Reitoria da UM à AAUM, para que juntas, tentem, efetivamente, resolver este problema de segurança que ensombra a vida de milhares de estudantes da Universidade do Minho e juntos, contribuamos para um campus mais seguro em que toda a comunidade académica se sinta bem, e em segurança.

Saudações académicas,
Fábio Catalão

2013/2/25 Elsa Filomena Lopes Moura <pg17608@alunos.uminho.pt>
Apesar de serem episódios cada vez mais comuns na nossa universidade, sinto que devo alertar e pedir ajuda a toda a comunidade académica para mais um furto ocorrido dentro do Campus.

Na sexta-feira passada, dia 22 de Fevereiro, durante o dia, recorrendo a arrombamento, foi-me furtada do interior do carro uma pasta (Addison preta) que continha um portátil (Toshiba A200-1QK preto) e um disco externo (Western Digital preto). O carro estava estacionado junto ao parque 3 (traseiras da biblioteca geral)  no campus de Gualtar. O valor comercial atual dos equipamentos não é elevado, no entanto o portátil e o disco externo contém informações muito importantes e de valor inestimável quer a nível pessoal quer a nível académico.

Nos dias de hoje, ainda mais com os casos que tem ocorrido, eu sei que todo o cuidado é pouco sendo inadmissivel deixar no carro equipamentos com informação importante, no entanto, por um conjunto de circunstâncias infelizes facilitei. Minha culpa ...
Estou a frequentar um mestrado na universidade e perdi toda a informação, incluindo trabalhos em curso, que preciso para concluir o meu curso e estágio. Tenho consciência e temo que este apelo possa não resultar em nada, mas é a minha situação desesperada que me leva a tentar este último recurso.

Gostaria de apelar a alguma réstia de consciência de quem efetuou o furto ou que possa ter adquirido o equipamento (sem saber a sua origem), para me devolverem principalmente o disco externo. Não quero saber quem foi, não quero responsabilizar ninguém, neste momento estou preocupada apenas com a recuperação dos dados. Podem fazer a devolução de forma anónima, deixando os equipamentos em algum espaço público da universidade como na biblioteca ou bares. Também me podem contactar anonimamente para chegarmos a um acordo.

Estou disponível para pagar um valor acima do valor comercial dos equipamentos.

À restante comunidade peço desculpa por mais um mail deste tipo, mas de facto, estas situações são reais, e podem acontecer a qualquer um. Para mim já não, mas para vocês mais este alerta pode fazer a diferença.
Penso que não será ofensivo para ninguém referir que estará na altura de repensar o sistema de segurança dentro do campus. Hoje são furtos em carros, amanhã o que será ?
-- 
Atenciosamente, 
Fábio Catalão»

(reprodução integral de mensagem que nos caiu entretanto na caixa de correio electrónico, proveniente da entidade identificada)

Dos bastidores: "ontem voltei a ser abusivamente designado como ´espetador`"

«Reitero a minha convicção de que seria pertinente colocar em causa a adopção pela U.M. do "acordo heterográfico". Ainda ontem voltei a ser abusivamente designado como "espetador" por uma estação de televisão, apesar de saber que nunca eles me terão visto alguma vez espetar fosse o que fosse. Eles sim, "espetaram" a língua portuguesa numa "ortografia" irracional em que nos vão lentamente assando a identidade cultural.»

NDNR

Lista B - Programa de candidaturas ao Conselho Geral e ao Senado 2013 (XII)

IV. a Universidade do minho que queremos
                                                             universidade e cultura
1. A política Cultural da UMinho tem sido tendencialmente passiva, o que leva a que não seja de facto uma verdadeira política, consistindo em pouco mais do que uma série de eventos isolados que surgem de iniciativas pontuais de membros da Academia, tanto docentes como alunos, apoiados retoricamente pela Reitoria.
2. Embora tenha havido uma melhoria visível de atuação nos últimos anos, o Conselho Cultural não promove um esforço concertado de todas as Unidades Culturais, do qual resultaria um calendário anual de eventos, conjugados ou sequenciais, onde se envolvesse a comunidade académica e de facto se criasse uma política cultural definida.
3. À Universidade cabe a criação de uma oferta cultural que possa fixar um público académico, atrair públicos nacionais e estrangeiros, assumindo um papel de relevo na contemplação, fruição, bem como construção de juízos estéticos, enquadrados pela defesa de valores culturais de raiz humanista e humanizante, fundamentais face ao ambiente mercantilista no qual vive a Academia e o país.
4. A UMinho tem um conjunto de Unidades Culturais com espaços privilegiados que estão, no entanto, subaproveitados. As Unidades Culturais têm, supostamente, autonomia para promoverem todo o tipo de eventos que desejarem. A cada ano que passa a sua dotação orçamental é, porém, diminuída drasticamente e, à semelhança de todas as unidades da Instituição, são também sujeitas, de ano para ano, à diminuição do seu pessoal administrativo e técnico, por falta de substituição dos funcionários que se aposentam. Os apoios económicos em regime de mecenato são pontuais, e sempre fruto do esforço pessoal de pessoas lutadoras e empenhadas, o que não garante, obviamente, uma estratégia consolidada de angariação desses apoios.
5. Se, no passado, a Orquestra de Câmara do Minho (2006-2011) constituiu uma exceção no que concerne ao apoio anual e às atividades realizadas, atualmente aquilo que se verifica é o uso instrumental desse apoio e dessas atividades, em que se evidenciam interesses e conveniências, em vez de princípios e causas. 
6. Torna-se absolutamente necessário que o Conselho Cultural, além de incorporar membros convidados externos à Universidade, integre um grupo de docentes com competência comprovada no campo da cultura e cujas funções não sejam apenas de caráter consultivo e/ou representativo de algo que não promove, constituindo um grupo ativo, que tenha como missão primordial a preparação e a coordenação de um calendário cultural de qualidade, o apoio e a procura de financiamento para as atividades desse calendário, o levantamento de equipamentos culturais e a sua dinamização, propondo uma distribuição descentralizada de oferta cultural/artística, aproximando no âmbito da fruição cultural a comunidade académica do meio em que está inserida. É nossa intenção trabalhar para que essa coordenação passe a existir. Esse é o primeiro passo a dar no sentido da concretização de um programa cultural da iniciativa da Universidade do Minho, conferindo-lhe visibilidade e credibilidade, essencial no reconhecimento da comunidade e no apoio mecenático.
7. Em tempos de crise, caberá à Universidade um papel primordial no apoio à publicação de trabalhos de qualidade dos seus docentes/investigadores/alunos, com a constituição de uma editora da UMinho.
8. O apoio e o acompanhamento da estação de rádio vinculada à UMinho não devem ser descurados, devendo a Universidade disponibilizar os seus serviços jurídicos para o acompanhamento e intervenção na situação atual.           

Esta é a Universidade do Minho que queremos ajudar a construir, articulando a sua Missão com uma Visão estratégica de futuro e acreditando que esse futuro depende da participação de todos nós. 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

LISTA B - VALORIZAR O ENSINO

DEEM-ME A VIDA FÁCIL, DEEM-ME A INVESTIGAÇÃO; DEIXEM QUE NÃO ME PERTURBE COM O ENSINO. UMA ATITUDE DESTAS É COMPREENSÍVEL, MESMO NÃO SENDO FACILMENTE PERDOÁVEL.(Ronald Barnett, 1997, trad.)

Tradicionalmente, a relação entre investigação e ensino na vida académica tende a ser conflitual ou nula, o que significa, por exemplo, que o tempo “gasto” no ensino é tempo “roubado” à investigação. Sendo na investigação que assenta a carreira e o mérito dos docentes, o ensino passa para plano secundário. Para alguns esta situação será dilemática, para outros não. Mas quem paga o preço são os alunos.(...)
Valorizar o ensino é, antes de mais, um imperativo moral da universidade. Mas implica mudanças profundas na cultura académica (...).
Muitos discordarão desta perspetiva, continuando a pensar que, no fim de contas, é a investigação que realmente interessa. Como diria Ronald Barnett, essa atitude será compreensível, mas não facilmente perdoável.
Flávia Vieira
(Lista B - Novos Desafios, Novos Rumos - http://um-novosdesafios.blogspot.com)

[TEXTO COMPLETO EM ANEXO]



Anexo:
VALORIZAR O ENSINO

Dêem-me a vida fácil, dêem-me a investigação; deixem que não me perturbe com o ensino. Uma atitude destas é compreensível, mesmo não sendo facilmente perdoável” (Ronald Barnett, 1997, trad.)

Tradicionalmente, a relação entre investigação e ensino na vida académica tende a ser conflitual ou nula, o que significa, por exemplo, que o tempo “gasto” no ensino é tempo “roubado” à investigação. Sendo na investigação que assenta a carreira e o mérito dos docentes, o ensino passa para plano secundário. Para alguns esta situação será dilemática, para outros não. Mas quem paga o preço são os alunos. 
Com o Processo de Bolonha, assistimos à emergência de questões pedagógicas nunca antes equacionadas. Contudo, passados alguns anos sobre a sua implantação, não restarão grandes dúvidas de que o entusiasmo inicial com a pedagogia na universidade se tem vindo a desvanecer à medida que fomos percebendo algumas coisas:
As mudanças foram sobretudo estruturais e formais, algumas apenas cosméticas, com finalidades essencialmente económicas e não pedagógicas.
O desenho de planos de estudo à luz de novas lógicas (nomeadamente, a tónica no tempo de aprendizagem do aluno – ECTS – e a sua distribuição por espaços curriculares – horas de contacto e de trabalho autónomo – e “resultados de aprendizagem”) constituiu um esforço insano de engenharia curricular sem consequências visíveis. Quem se lembra dos dossiês dos cursos?
O “ensino centrado no aluno” torna-se cada vez mais difícil perante a prevalência de turmas numerosas, a redução de docentes, a impossibilidade da tutoria para acompanhar o “trabalho autónomo”, a falta de coordenação na gestão dos cursos, e a inexistência de políticas de formação e de incentivo à inovação (note-se, a este propósito, a falta de ação do Gabinete de Apoio ao Ensino, cujas medidas se têm reduzido quase exclusivamente à generalização do uso da plataforma!).
A avaliação da atividade pedagógica foi-se agigantando, acreditando-se que assim seremos melhores professores (!?). Mas como não está ligada a processos de apoio e desenvolvimento, é pouco mais do que um exercício burocrático sem consequências para o ensino. 
Ensinar tem pouco valor na carreira e mérito dos docentes, que dependem quase só na investigação (aliás, a hipótese de separar “professores” de “investigadores” com base em índices de produtividade já não é novidade entre nós, pressupondo-se que caberia aos segundos garantir a excelência da instituição. Falta acrescentar que o fariam à custa dos primeiros, que garantiriam a existência da instituição, já que sem o ensino não haverá mais nada).
A investigação sobre o ensino superior está nas mãos de uma élite de “especialistas”, desenvolvendo-se à margem dos professores e constituindo mais um nicho de investigação como outro qualquer, sem impacto no ensino. As poucas iniciativas que procuram vulgarizar a investigação pedagógica e promover a constituição de comunidades de prática (“SoTL: scholarship of teaching and learning”) tendem a ser marginalizadas por se desenvolverem em contracorrente face à cultura académica dominante (competitiva, territorial, disciplinarizada).
Enfim, se é verdade que nenhuma reforma opera milagres, também é verdade que muito mais se esperaria de um processo que envolveu a academia num esforço de reorganização do ensino sem precedentes. 
Afinal, o ensino continua a não ser valorizado apesar de Bolonha, e nem sei dizer se o é mais agora do que antes. Sei que havia mais autonomia, menos burocracia a desviar-nos do essencial, e menos hipocrisia nos discursos oficiais, que nos dizem uma coisa quando se exige outra ou quando não há condições para fazer diferente.
Valorizar o ensino é, antes de mais, um imperativo moral da universidade. Mas implica mudanças profundas na cultura académica: reconfigurar o estatuto da pedagogia, concebendo-a como um campo de produção (e não apenas de reprodução) de conhecimento; fomentar a inovação e a investigação das práticas, nomeadamente no seio de comunidades profissionais, disciplinares ou multidisciplinares; desenvolver políticas de formação e medidas de incentivo e apoio ao ensino ao nível da universidade e das UOEI, diretamente relacionadas com os interesses dos docentes; desburocratizar e qualificar os sistemas de avaliação do ensino, com repercussões na avaliação do desempenho e na progressão na carreira.
Muitos discordarão desta perspetiva, continuando a pensar que, no fim de contas, é a investigação que realmente interessa. Como diria R. Barnett, essa atitude será compreensível, mas não facilmente perdoável.


Flávia Vieira

(reprodução de mensagem entretanto distribuída universalmente na rede electrónica da UMinho)

Transparência (é) com B

Transparência (é) com B:  B transparent!

Lista B - Programa de candidaturas ao Conselho Geral e ao Senado 2013 (XI)

                                                 IV. a Universidade do minho que queremos
                                                             EMPREENDEDORISMO
1. O desenvolvimento da capacidade empreendedora da UMinho é um desafio importante porque o seu sucesso depende dela, em grande parte. Isso implica uma postura que reconheça o conhecimento como um bem que se cria, desenvolve e transmite por diferentes vias, postura ainda mais necessária num contexto em que a sociedade está carente de conhecimentos e em que há uma grande escassez de financiamento público e pressão para gerar receitas próprias.
2. Vários colegas têm vindo a esforçar-se nesse sentido e a UMinho tem obtido bons resultados, a este nível, quase exclusivamente no que respeita à investigação. Sabemos todos, porém, que muito mais poderia ser feito (e eventualmente noutras áreas) se as condições laborais da UMinho fossem diferentes, no que respeita à pressão burocrática que carregamos quotidianamente. Quase todos nós nos sentimos enganados, dado termos vindo para esta instituição convencidos de que a nossa missão era ser docentes e investigadores. Infelizmente, a maior parte do nosso tempo é passado em reuniões infindáveis em que os assuntos se repetem e no preenchimento de documentação repetida em formatos diferentes.
3. Com efeito, o estímulo ao empreendedorismo deveria implicar, em primeiro lugar, criar uma cultura de risco, de procura e de descoberta, também ao nível da docência e da atitude a ser pedida aos discentes. Fomentar essa cultura passa pela inovação nos métodos de ensino e de aprendizagem que incentivem o aluno a ser autónomo, a procurar mais ativamente respostas para os problemas com que se confronta e a participar em projetos de investigação. Tal não deverá implicar, porém, um posicionamento de facilitismo pedagógico; só podemos formar alunos autónomos, curiosos e empreendedores se lhes exigirmos rigor e liberdade de pensamento, bem como responsabilidade, para além da capacidade de criação de competências no âmbito do “saber fazer”. 
4. Estamos cientes de que uma cultura empreendedora incentiva programas de formação sobre criação de empresas e lançamento de novos negócios, e ela é hoje tão necessária a um aluno de gestão ou de economia, como a um aluno de humanidades ou de artes. Um bom empreendedor distingue-se de um outro profissional não só pelas suas competências na resolução de problemas mas também pela capacidade em imaginar, em criar um espaço diferente no mundo, sabendo, simultaneamente, contextualizar-se nele. O domínio da História, da Filosofia, das Línguas, das Artes, entre outras áreas das Humanidades, constituem mais-valias essenciais a projetos de empreendedorismo, e tal já é tido em conta na formação de profissionais de várias áreas, em todo o mundo.
5. Isto exigiria que a UMinho, enquanto Instituição, fosse ela própria empreendedora, não só nos seus programas de formação mas também na sua forma de atuação interna, flexibilizando-se à interdisciplinaridade real e não apenas oficial (tal como consta na maior parte dos documentos da Instituição). Porque não apoiar com medidas concretas aqueles que assim consigam trabalhar, em vez de os discriminar (como tantas vezes acontece) face a hiperdivisões departamentais, de áreas disciplinares, e de centros de investigação que algumas vezes mais não são que o somatório dos docentes de uma Escola/Instituto?
6. Se a UMinho deve ser capaz de prestar serviços à comunidade, empresarializando algumas das suas estruturas, também deve gerir os seus meios financeiros rendibilizando convenientemente os seus recursos humanos e físicos. A título de exemplo, indicamos a plataforma e-learning, em que todos fomos compulsivamente implicados, que deveria ser construída por colegas nossos das áreas computacionais, em parceria com colegas de outros domínios científicos, de modo a ser facilmente utilizada por todos aqueles que a têm que usar.
7. Ser empreendedor de sucesso implica conhecer o público a que nos dirigimos, as suas virtudes e constrangimentos. A idade média dos docentes da UMinho tem vindo a aumentar (por circunstâncias que todos conhecemos), e estar continuamente a exigir adaptações tecnológicas anuais só pode estorvar o espaço mental e a concentração exigidas para a preparação de material pedagógico e científico.
8. Sem colocar em causa a sua missão, a universidade necessita de repensar e melhorar a sua oferta e diversificar os seus mercados. Muitos dos mercados e serviços em que não está ainda presente requerem estruturas, sistemas e estratégias que lhe confiram eficácia. Requerem uma abordagem empreendedora que incentive a inovação e contribua para uma maior dinâmica e satisfação dos seus diferentes públicos, incluindo os seus docentes e investigadores. As mudanças demográficas, económicas e sociais que já existem (e que tendem a dramatizar-se a curto e médio prazo) deverão alargar o tipo de população que pretendemos formar, dado a educação ser hoje internacionalmente concebida como ocorrendo ao longo de toda a vida.
9. Possibilitar a certificação de presença (estatuto de ‘ouvinte’) de pessoas em unidades curriculares isoladas, ou agrupadas em número insuficiente para constituição de um grau académico, estimular a criação de currículo pelos usuários da Universidade (independentemente da sua idade cronológica) recorrendo a todas as possibilidades que a UMinho possibilita, são potencialidades positivas do processo de Bolonha que estão por explorar nesta Instituição.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Dos bastidores: "investigar é fundamental como o é ensinar"

"O eixo ensino - investigação é extremamente importante. Produzir conhecimento, investigar é  fundamental como o é ensinar.  A questão que me importa é:  a investigação que realizo deve contribuir para a minha performance como professora. Muitas vezes  encontramos professores especialistas em determinadas matérias de uma unidade curricular mas essa UC é atribuída a outro docente..."

NDNR

Dos bastidores: "anglicização da pronúncia de palavras latinas"

"Leio e falo com diferentes proficiências outras línguas europeias, incentivo a aquisição de competências nessas línguas, mas parece-me que a atitude actual da hierarquia académica conduz à subalternização do Português, transformando o mais directo concorrente em nossa língua veicular. Há já danos consideráveis na nossa língua, mormente pela anglicização da pronúncia de palavras latinas ou de origem latina (alumni, data, item, …)!"

NDNR

Eleições para o CG: "REUNIÃO Nº 007/2013 DA COMISSÃO ELEITORAL - Convocatória"

«DATA: 4 de março de 2013
HORAS: 15h00
LOCAL: Sala de Reuniões da Reitoria (3º Piso) no CP2 – Campus de Gualtar

Ordem de Trabalhos:
1. Informações;
2. Aspetos logísticos do procedimento eleitoral;
3. Outros assuntos.

Braga, 22 de fevereiro de 2013

A Presidente da Comissão Eleitoral,
Minoo Farhangmehr
(Profª Catedrática)


Distribuição: Minoo Farhangmehr, Filipe Vaz, Joaquim Rocha, Henrique Sousa, Orlanda Lima, Carla Rocha e Ricardo Ribeiro.
Mandatários das Listas: Professores Maria José Manso Casa-Nova, José António Cadima Ribeiro e Pedro Bacelar de Vasconcelos; Estudantes Pedro Pinheiro, Eduardo Velosa e Tiago Henriques; Licª Lúcia Guise.
Membros das mesas de voto: Professores: Maria Rosa S.P. Cabecinhas, Susana Paula G. Costa, Graça Mª Henrique Minas, Maria Graça P.R. Guedes, Rui Pedro G. Pereira e Fernando Alberto S. Petronilho; Estudantes: Rui Flávio Gonçalves da Silva, Ana Isabel Vieira Carvalho, Madalena Filipa oliveira Azevedo, Jessica Neto Oliveira, Sofia Carvalho Oliveira, Ana Filipa da Costa Pinto, Cármen Sofia Vieira de Sousa; Pessoal não Docente: Íris C.S. Saraiva, Ana A.V. Carvalho, João Paulo G. Peixoto, José Daniel P.C. Freitas, Maria Sameiro Araújo Silva Fernandes, Sandra Manuela Xavier Alves

(reprodução integral de convocatória entretanto recebida, encaminhada pelo Secretariado do Conselho Geral)

Lista B - Programa de candidaturas ao Conselho Geral e ao Senado 2013 (X)


IV. a Universidade do minho que queremos

COoperação
1. A Instituição tem vindo a consolidar-se como polo de coesão e promoção do desenvolvimento. Algum esforço tem sido feito neste sentido, quer ao nível regional, bem como com os países da lusofonia. Devemos lembrar que a maioria dessa cooperação surgiu do trabalho de docentes da UMinho em projetos de cariz internacional, da qual emergiu o estabelecimento a posteriori de protocolos interuniversitários, em vez de terem ocorrido numa lógica de top-down, o que demonstra bem a capacidade que os investigadores-docentes têm tido de se internacionalizarem, apesar de todos os constrangimentos institucionais e financeiros com os quais se deparam, acrescidamente. Consideramos, no entanto, que a atuação espartilhada deste tipo de interação tem como efeito negativo a perda do seu potencial sentido estratégico; propomos também que (se o desejarem) os envolvidos em processos de internacionalização obtenham benefícios no que respeita ao serviço docente, por exemplo.
2. É altura de tornar mais efetiva a interação com a sociedade, e de trabalhar ativamente quer na valorização económica do conhecimento científico e tecnológico, quer na criação de um ambiente educativo apropriado à realização de ações de formação profissional e de atualização de conhecimentos, mesmo que dirigidas a grupos pequenos.
3. Este desígnio nunca poderá ser plenamente alcançado sem o reforço da cooperação com instituições congéneres, nacionais e estrangeiras, para articulação e prossecução conjunta das atividades de produção e difusão do conhecimento e de cultura, como anteriormente enunciámos. Nesta perspetiva, estamos determinados em apostar nas seguintes linhas de ação:
i) estabelecimento de consórcios com instituições, públicas ou privadas, de ensino superior ou de investigação e desenvolvimento, para efeitos de coordenação da oferta formativa, da atividade de investigação, e da gestão de recursos humanos e materiais, com base em critérios de agregação sectorial ou territorial;
ii) fomento da associação com outras instituições de ensino superior, tendo em vista a coordenação conjunta de atividades de investigação, bem como a criação de projetos de ensino conjuntos, partilhando recursos e equipamentos, evitando, tanto quanto possível, a perda da identidade própria e da autonomia de cada uma das instituições ou das unidades orgânicas intervenientes;
iii) prosseguimento escrupuloso do direito e dever da Instituição de participar na formulação das políticas do ensino e investigação, pronunciando-se sobre iniciativas legislativas em matéria de ensino superior e investigação científica e de ordenamento territorial do ensino superior;
iv) em sequência do afirmado anteriormente, consideramos essencial promover a integração da Instituição em redes internacionais, através do estabelecimento de relações de parceria e de cooperação com estabelecimentos de ensino superior estrangeiros, organizações científicas e outras instituições internacionais, nomeadamente no âmbito da União Europeia, dos países de língua portuguesa, e de outros acordos firmados pelo Estado Português;
v) consolidação do estabelecimento de acordos de associação ou de cooperação com instituições congéneres, para o incentivo à mobilidade de estudantes e docentes, tendo em vista a criação não só do espaço europeu de ensino superior, mas também do espaço lusófono de ensino superior.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Causa-me urticária [...] ouvir académicos advogar que os sistemas de garantia de qualidade industriais podem ser adaptados ao meio académico"

Artigo ComUM
Da resignação:
[Ouvir académicos aceitar a "naturalidade" com que têm que debitar números que justifiquem a sua prática pedagógica choca-me. Mas causa-me urticária em particular ouvir académicos advogar que os sistemas de garantia de qualidade industriais podem ser adaptados ao meio académico (Avé Taylor!)]

Lista B - Programa de candidaturas ao Conselho Geral e ao Senado 2013 (IX)


IV. a Universidade do minho que queremos

GESTÃO
1. Importa responsabilizar os vários órgãos das UOEI pelo cumprimento institucional das suas funções, dado que alguns deles se limitam a 'assinar de cruz' o que vem aprovado pelo órgão inferior, por exemplo: os Conselhos Científicos cedem por vezes à tentação de aceitar passivamente propostas vindas dos Departamentos, mesmo que estas tenham emanado de maiorias cujos interesses radicam na ambição de grupos específicos, em detrimento dos interesses dos departamentos e das próprias UOEI.
2. É necessário Interrogar os regulamentos existentes nas várias UOEI quanto à sua divisão em departamentos que se guerreiam dentro das UOEI, enquanto noutras Escolas (como na ECS) a organização se operacionaliza em torno de áreas científicas não departamentais.
3. É também necessário interrogar se os regulamentos das UOEI permitem que os docentes/investigadores se sintam representados nos vários órgãos. Com efeito, se a eleição dos membros dos Conselhos Científicos das UOEI incide sobre listas de pessoas individuais, não podemos afirmar que as áreas científicas ou os Departamentos se encontram democraticamente representados naquele órgão, não se podendo pedir a membros deste tipo de órgãos a responsabilidade de comunicação aos Departamentos das argumentações e decisões tomadas por esses órgãos.
4. Cabe pois aos Presidentes dos órgãos pugnar pelo seu bom funcionamento, incluindo a informação adequada sobre os debates dentro dos órgãos, e não apenas as suas decisões. De todas as reuniões deve ser lavrada uma minuta de ata a disponibilizar de imediato junto de todos os membros das UOEI.
5. Os órgãos máximos das UOEI deverão estar disponíveis para ouvir aqueles que pensam diferentemente da maioria dos membros dos órgãos, pois as suas razões podem ser importantes para a qualidade da própria UOEI, no seu todo.
6. Cabe aos responsáveis dos UOEI pugnar pelo diálogo entre as várias subunidades de modo a garantir a construção de projetos fortes e que rentabilizem todos os seus recursos humanos, sem favorecimento de alguns grupos ou subunidades (como centros ou departamentos).
7. Nesta linha de raciocínio, defendemos que a eleição dos Presidentes das UOEI deva ser feita por votação direta.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Tribunal Central Administrativo Norte

Número de entrada: 62876 
Data: Entrada: 11-09-2009; Distribuição: 21-02-2013 
Processo:  1262/09.3BEBRG
Espécie: Recursos jurisdicionais de acções administrativas especiais
Autor: […] 
Réu: Universidade do Minho 


Dia da Universidade: trajados a rigor, em amena cavaqueira


Da cobertura fotográfica feita das cerimónias comemorativas do dia da Universidade do Minho pelo UMDICAS e publicada no Facebook, extraímos a foto seguinte:
Comentário: embora tratando-se de conversa mantida entre membros de duas listas candidatas ao CG (listas B e A) e pese o ar sério da colega que aparece de frente (Clara Costa Oliveira - Lista B), nada nos permite presumir que não se tenha tratado de uma amena cavaqueira, fazendo horas para uma cerimónia que, habitualmente, começa atrasada e acaba a más horas, como ontem voltou a verificar-se.

Dos bastidores: "Ao oceano..."

"Ao oceano iremos todos parar!"

NDNR

Lista B - Programa de candidaturas ao Conselho Geral e ao Senado 2013 (VIII)

                                                IV. a Universidade do minho que queremos
                                                     UNIVERSIDADE E COMUNIDADE
1. A Universidade do Minho assume-se, hoje, como uma Instituição com algum envolvimento com a região onde se insere, mas claramente aquém do seu potencial, carecendo essa relação de eficácia em matéria de dinamização do tecido económico, social e cultural, em muitos casos. A ideia que defendemos é que a ligação da Universidade à sociedade deve constituir um eixo estruturante da estratégia da instituição. Devemos também ter em consideração que aquilo que hoje consideramos por sociedade é cada vez mais abrangente, como o crescente poder dos mercados financeiros não nos deixa esquecer.
2. A Universidade do Minho deve privilegiar as atividades que conduzam a uma forte e estreita interação com o meio envolvente, seja ela de cariz empresarial, institucional ou associativo. Esta é, de facto, uma das missões centrais da Universidade, que parcialmente a justificam. Se a docência e a investigação se enquadram, desde logo, nesta dinâmica de ligação à sociedade (ao contribuir para a formação da população e para o desenvolvimento de conhecimento com interesse social), a importância da interação e do serviço à sociedade impõe uma estruturação estratégica que garanta o envolvimento em níveis mais profundos, consolidados e eficazes.
3. Apesar da criação de novas interfaces, reflexo do dinamismo específico de alguns grupos de uma ou outra Escola, a cultura de promoção da ligação à sociedade ainda não se afirmou internamente com firmeza. Um mecanismo de interface que potencializará esse reconhecimento por parte da Sociedade para com a Universidade passa pela agilização das figuras de Observatório, que devem integrar académicos, mas também cidadãos da denominada sociedade civil, interagindo em prol de um espaço de discussão esclarecido que, recebendo a análise crítica própria do juízo académico, enriqueça as leituras próprias da sociedade civil. Esta figura de interface - a figura dos Observatórios – potenciará a parceria em prol de financiamentos bem sucedidos junto de várias instituições, nomeadamente, europeias. Finalmente, a envolvente sócio-económica do Minho, recheada de experiências de associativismo empresarial e industrial de relevo, entre outras figuras de associativismo de cidadãos, facilmente acolheria esta iniciativa.
4. Procuraremos dar grande importância à estruturação do modelo de ligação da Universidade à sociedade envolvente, para além da região minhota, mas também dentro dela. Esse modelo deve assentar nos seguintes vetores:
i) reforço e consolidação das infraestruturas de interface existentes, promovendo o alargamento das colaborações de docentes universitários, nas suas áreas específicas de atuação, dentro da universidade, antes de mais, mas também com as instituições de ensino politécnico da região, e de outras universidades públicas próximas geograficamente, como a U.T.A.D.. Os indicadores da O.C.D.E. legitimam a realização de fusões das instituições universitárias por parte da tutela governamental, pelo que será vantajoso que ela ocorra por negociação direta das próprias instituições (como ocorreu no caso de duas universidades de Lisboa) ao invés de termos que nos sujeitar a decisões políticas e financeiras impostas pela referida tutela. Em vez de olharmos as instituições que mais perto de nós se encontram como inimigas, propomos uma atitude de cooperação negociada que traria vantagens para todas elas. Ainda neste espírito, podemos contemplar colaborações com universidades espanholas da Galiza, no que respeita tanto à investigação, como ao ensino. A existência de projetos europeus como as Eurocidades e o Eixo Atlântico devem ganhar expressão concreta, ao nível das ações e estabelecimento de parcerias em projetos de ensino, investigação e extensão universitária, o mais rápida e alargadamente possível, nas várias áreas por eles abrangentes.
ii) promoção de novas infraestruturas, em áreas que as justifiquem, seja nos domínios da prestação de serviços, seja na componente de investigação aplicada, seja ainda na vertente de formação, nomeadamente ao nível pedagógico. Elas devem resultar de processos de deteção de oportunidades e de necessidades, articulando-se com as estratégias das unidades e subunidades de ensino ou subunidades de investigação mais diretamente envolvidas;
iii) organização da componente administrativa da Universidade, nomeadamente na área contabilística e financeira, por forma a agilizar os procedimentos implícitos às ações de colaboração entre docentes e entidades externas;
iv) criação de mecanismos de reconhecimento interno do desempenho dos docentes na área da ligação à Sociedade, bem como no que se refere à docência (por exemplo, a docência só tem usualmente visibilidade nas provas de agregação, e poderia tê-la em qualquer concurso), por forma a promover as iniciativas e o empenho individuais, sem os quais a estratégia global da Universidade nesta área fica fortemente prejudicada. De salientar que nem todas as formas de interação com a Sociedade têm que ser proveitosas financeiramente, dado a universidade possuir também responsabilidades cívicas e de cidadania.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

"Educação e Cultura Artística: o exemplo da Orquestra de Câmara do Minho"*

«“Não há sociedade democrática que possa viver, progredindo, sem o culto da Arte”
João de Barros (Educação Republicana, 1916)

A cultura é um valor inquestionável na vida humana e um factor de desenvolvimento pessoal e social. Como elemento de humanização e de enriquecimento espiritual, determinante no tecido económico e social com incidência no mercado de emprego e parte integrante de cidadania crítica, a cultura contribui para uma qualidade de vida que urge preservar.
No entanto, uma parte da sociedade portuguesa continua a vincular a ideia de que as actividades na área da cultura se traduzem sempre em gastos dos dinheiros públicos. Importa, por essa razão, como afirma José Jorge Letria, continuar a defender a ideia e o princípio de que a cultura nunca é uma despesa mas, pelo contrário, um investimento sem o qual não há uma cidadania plena.
Para Joaquim Vieira, a cultura artística é um valor superior, e não um adorno, ou um acto decorativo, mas um dos suportes da existência como povo e como espécie. Também para Milan Kundera, a arte é tão importante como a Ciência no campo do desenvolvimento cognitivo, pois revela algo de importância vital para o homem: o conhecimento dos paradigmas que, ao longo da história, lhe enquadram a existência.
 A relação entre a arte e a educação e a cultura tornam-se vitais em torno de um projecto comum que converge numa educação artística que começa na escola e acompanha a vida numa permanente aprendizagem do gosto e da sensibilidade.
Numa época de cepticismo e indiferença, o caminho da Arte e o seu papel no ser humano pode ser, como afirma António Damásio, um elemento unificador da harmonia e capaz de através dos sentimentos e emoções vividas sustentar as maiores criações do espírito humano. Numa sociedade cada vez mais competitiva precisamos de trabalhadores criativos, flexíveis, inovadores, dando a Educação Artística um enorme contributo neste campo.

A Orquestra de Câmara do Minho (2006-2011): um projecto inédito no contexto universitário português
Fundada em 2006 e contando na sua génese com o decisivo apoio do então Reitor Professor António Guimarães Rodrigues e do Vice-Reitor para a área da Cultura, Professor Acílio Estanqueiro Rocha, bem como de toda a equipa reitoral, a Orquestra de Câmara do Minho foi criada no sentido de contribuir para a concretização da missão e objectivos da Instituição na sua dimensão cultural e artística.
Da sua Comissão de Honra faziam também parte a instrumentista e pedagoga Madalena Sá e Costa, o Governador Civil de Braga e os Presidentes das Câmaras de Braga, Guimarães, Famalicão, Amares, Cabeceiras de Basto, Póvoa do Lanhoso, Terras de Bouro e Ponte de Lima.
Formada por cerca de três dezenas de jovens músicos, com formação de nível superior em prestigiadas escolas portuguesas e estrangeiras, e por docentes do Departamento de Música do Instituto de Letras e Ciências Humanas, que asseguravam a chefia dos naipes da orquestra e o lugar de concertino, a orquestra tinha por objectivo apoiar e optimizar o ensino ministrado no curso de Licenciatura em Música assegurando a participação de estudantes selecionados, facultando-lhes a possibilidade de realizarem estágios numa orquestra de profissionais e, assim, desenvolverem aptidões tendo em vista um percurso profissional como intérpretes. Funcionando por projectos, a orquestra desenvolveu a sua missão contribuindo para um desenvolvimento cultural e artístico no seio da Universidade, para a representação cultural e artística da Instituição e, por fim, prestando um serviço cultural à comunidade. Exemplo de empreendedorismo, enquanto acção inovadora que visou a concretização de uma visão nova no seio de uma instituição universitária em Portugal, a Orquestra de Câmara do Minho teve um comportamento proactivo, agarrando oportunidades, antecipando a procura, revelando ainda uma postura combativa ultrapassando contrariedades. Projecto inédito de uma orquestra de nível profissional no contexto universitário português, reclamando o seu valor numa actuação ampla e transversal nos domínios da Educação e Cultura, a Orquestra de Câmara do Minho desenvolveu uma intensa actividade cultural, fixando um público académico, atraindo novos públicos, aproximando do ponto de vista da fruição cultural a comunidade académica e a população das cidades de Braga e Guimarães.
A orquestra iniciou a sua actividade no Grande Auditório do Parque de Exposições de Braga, num concerto dirigido por Vítor Matos, tendo como solista o pianista Luís Pipa, num programa dedicado às comemorações dos 250 anos do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart. Apresentando-se pela primeira vez no Salão Medieval da Reitoria no concerto comemorativo do 33º aniversário da Universidade do Minho em 2007, a orquestra foi dirigida por Pedro Carneiro que interpretou a Suite D’Aquém e D’Além Mar para marimba e orquestra da autoria do compositor Eurico Carrapatoso.
Neste mesmo ano, a orquestra foi convidada para colaborar no Concurso Internacional de Instrumentos de Arco “Júlio Cardona” na Covilhã, convite que se viria a repetir nos anos seguintes, sendo dirigida pelo jovem maestro Luís Filipe Machado, pós-graduado em Direcção de Orquestra com Distinção pela Royal Academy of Music em Londres. Luís Filipe Machado colaborou com a Universidade do Minho noutros projectos destacando-se, pela qualidade alcançada, o concerto em que dirigiu a Orquestra da Universidade do Minho e o Coro de Câmara do Curso de Licenciatura, no Mosteiro de S. Martinho de Tibães, em 2010, no âmbito do Colóquio Internacional “Do Sagrado na Arte”, na interpretação da belíssima obra de Eurico Carrapatoso Magnificat em Talha Dourada para soprano, coro e orquestra, com a presença do compositor.
A Orquestra da Universidade do Minho gerou e conferiu desde logo visibilidade e credibilidade no seu espaço de intervenção realizando inúmeros concertos quer integrados nas actividades culturais da Universidade, quer a convite de várias instituições como, por exemplo, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). Os seus concertos foram gravados pela Rádio e Televisão de Portugal podendo ser ouvidos até hoje na programação da Antena 2. A sua programação integrou com frequência obras de Música de compositores portugueses. Como solistas realizaram concertos com a orquestra da Universidade do Minho o violinista Ilya Grubert, o violoncelista Gary Hoffman, as sopranos Angélica Neto e Dora Rodrigues, entre outros músicos. A orquestra interpretou em primeira audição mundial Fantasia Conventual de Joaquim dos Santos (compositor de música sacra do século XX) e Romp para Piano e Orquestra da autoria do compositor americano Daniel Kessner. Em vários concertos contou com a colaboração do Coro da Academia de Música de Viana do Castelo, dirigido por Vitor Lima.

O Maestro Toby Hoffman e a Orquestra da Universidade do Minho
Iniciando um novo ciclo, a orquestra teve o privilégio de ser dirigida pelo maestro norte-americano Toby Hoffman, músico distinto formado na famosa Julliard School de Nova York, onde estudou viola d’arco com Paul Doktor, apresentando-se em concerto com um instrumento construído em 1628, em Cremona, Itália, que pertenceu à Rainha Vitória de Inglaterra.
Toby Hoffman foi discípulo em direcção orquestral no Conservatório de Música Sibelius na Universidade de Helsínquia, do famoso maestro Jorma Panula, onde também viria a leccionar. A sua carreira de maestro inclui a direcção  da Moscow Symphony Orchestra, Verona Sinfonietta, Amsterdam Chamber Orchestra, entre muitas outras orquestras espalhadas pelo mundo. Convidado pela Universidade do Minho em 2010, veio viver para Portugal para aqui realizar um trabalho de nível artístico superior dirigindo a orquestra da Universidade, o coro e a orquestra académica do Departamento de Música, e leccionar no referido Departamento.
Toby Hoffman desenvolveu também uma carreira internacional de relevo em Música de Câmara tocando com músicos consagrados como o pianista Maurizio Pollini, ou o violinista Salvatore Accardo, Toby Hoffman foi músico residente na Universidade de Harvard e director musical de prestigiados eventos musicais. Recentemente participou no famoso festival anual de Música de Câmara de Hong Kong. As suas gravações podem ser encontradas em diferentes editoras discográficas como a CRT, Philips, Sony, Noova Era, Dynamic, Arabesque e Teldec.
Todos os concertos superiormente dirigidos por Toby Hoffman, foram alvo de elogiosas críticas pelo meio musical português. Destacam-se porém os concertos comemorativos do 36º Aniversário da Universidade do Minho em Braga e Guimarães com a interpretação da Suite para cordas e percussão de Jean Sibelius, da Sinfonia nº7 de Ludwig van Beethoven e do Concerto para violino e orquestra op.35 de P. I. Tchaikovsky, tendo como solista Ilya Grubert, também docente do Departamento de Música, detentor do 1º Prémio em Interpretação na Competição Internacional Tchaikovsky, uma das mais prestigiadas competições no âmbito da música erudita.

A XIV Semana Internacional de Óbidos e o Maestro Jean- Marc Burfin
Em 2009, a Orquestra da Universidade do Minho foi convidada a participar no concerto de encerramento da XIV Semana Internacional de Piano de Óbidos, sendo dirigida pelo maestro Jean-Marc Burfin. O programa incluiu a interpretação da Sinfonia KV201 e o concerto para piano e orquestra KV414 de W. A. Mozart com Manuela Gouveia ao piano, e ainda a Serenata para cordas op.48 de P.I. Tchaikovsky. O concerto, realizado no Santuário do Senhor Jesus de Pedra, foi editado em CD pela Associação de Cursos Internacionais de Música de Óbidos que organiza o evento, um dos mais importantes no seu género em Portugal, reunindo grandes personalidades do mundo da música.
O maestro francês Jean-Marc Burfin  formou-se no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, onde obteve em Junho de 1987 e por unanimidade do júri, o 1.º prémio de Direcção de Orquestra na classe de Jean-Sébastien Béreau. Diplomado pela Academia de Verão do Mozarteum, em Salzbourg, foi convidado para dirigir a Orquestra do M.I.T. de Boston em 1984, ao lado de Lorin Maazel e a Orquestra de Paris, em 1987. Jean-Marc Burfin dirigiu várias orquestras, tanto em França como no estrangeiro e na temporada de 2003/2004 foi Director Artístico da Orquestra Metropolitana de Lisboa. Pedagogo reconhecido é um dos raros maestros em actividade a ensinar direcção de orquestra, sendo actualmente docente na Academia Superior de Orquestra e Maestro Titular da Orquestra Académica Metropolitana, tendo colaborado regularmente com o Departamento de Música até 2011.

A orquestra da Universidade do Minho e os coros e orquestras académicas do curso de Licenciatura em Música
Com a criação do Curso de Licenciatura em Música na Universidade do Minho no ano lectivo de 2007-2008, foram criados no âmbito das Unidades Curriculares do curso vários conjuntos vocais e instrumentais, nomeadamente Coro de Câmara, Orquestra de Sopros, Orquestra de Cordas, Ensemble Instrumentais, Coro e Orquestra Académica, campos de aprendizagem musical, experiência e labor artístico que, de forma integrada e articulada com os três ramos do Curso, Interpretação Musical / Instrumento e Direcção Coral e Ciências Musicais desenvolveram inúmeros projectos artísticos.
Além dos projectos realizados no âmbito do Curso de Licenciatura em Música, os jovens estudantes da Universidade do Minho tiveram ainda o privilégio de poder integrar a Orquestra da Universidade do Minho, participando nos concertos organizados no âmbito das comemorações do aniversário da Instituição, nas várias edições do Festival de Outono, organizado pelo seu Conselho Cultural e em concertos organizados por outras instituições e Câmaras Municipais da região. Em estreita ligação com o Coro e Orquestra Académica do Departamento de Música do Instituto de Letras e Ciências Humanas, a Orquestra da Universidade do Minho realizou regularmente projectos artísticos comuns e devidamente articulados com o Departamento de Música do ILCH, dando oportunidade aos jovens estudantes da Licenciatura em Música de se apresentarem com músicos profissionais e realizarem estágios de alto nível artístico proporcionando-lhes momentos únicos de aprendizagem, sempre articulados com a verdadeira acção pedagógica.
Entre tantos projectos realizados destaca-se a participação da Orquestra Académica no Festival Internacional Traseuropéennes em Rouen, no noroeste de França, em 2010 e 2011, que anualmente junta um milhar de músicos de vinte países e conta com mais de 30 mil espectadores em cada ano. Os concertos que realizou em França e Portugal no âmbito do Festival foram dirigidos pelo Maestro Jean-Marc Burfin e contaram com a participação de jovens convidados de outras escolas do país e de músicos da Orquestra da Universidade do Minho.
Em Outubro de 2009, a Orquestra Académica, reforçada por docentes do Departamento de Música e músicos da Orquestra da Universidade do Minho foi dirigida pelo Maestro Pedro Neves no Concerto Comemorativo do 140º aniversário do Instituto Monsenhor Airosa. O concerto para piano e orquestra nº 27 K595 de Wolfgang Amadeus Mozart teve como solista o pianista Pedro Burmester.
Em Novembro de 2010, o Coro e Orquestra Académica realizou um concerto na Igreja de S. Roque, em Lisboa, integrado no Congresso Internacional Ordens e Congregações Religiosas em Portugal. Memória, Presença e Diásporas. Neste concerto, dedicado à música sacra em Portugal (séc. XVIII), foram solistas a soprano Magna Ferreira e o  contratenor  Vitor Lima, com  direcção musical do Maestro  Luis Filipe Machado.
A Irmandade de Santa Cruz, a Misericórdia de Braga, o Mosteiro de Tibães e a sua junta de Freguesia, a Igreja de S. Lázaro e a respectiva Junta de Freguesia, as Câmaras Municipais de Ponte de Lima, Vila Verde e Vila do Conde, bem como as várias Escolas e Institutos da Universidade são algumas das entidades que acolheram os eventos artísticos do Departamento de Música.

Cultura e Desenvolvimento Artístico: um desafio para a Universidade do Minho
Segundo João Teixeira Lopes, é frequente a cultura ser encarada não como um domínio merecedor de uma política relativamente autónoma, mas antes como um acréscimo de legitimação do poder político que se apresenta e representa através de mediações simbólicas de visibilidade, espectáculo e festa. Confunde-se política cultural com o uso instrumental de certas actividades e actores inseridos de forma diversa no campo cultural. Persiste-se em programações com espectacularidade efémera, em acções intermitentes e privilegia-se a ostentação, sem desenvolvimento da sensibilidade artística e predisposição cultural.
Para evitar tal situação, importa obedecer a regras claras, prioridades e critérios bem definidos. Maria de Lourdes Santos referiu, em 2007, quatro exigências com que se confrontavam as políticas culturais em Portugal e que, no nosso entender, são também os princípios que devem orientar o eixo Arte, Educação e Cultura na Universidade do Minho: exigências de qualificação para os agentes culturais e artísticos; exigências de participação cultural para a população académica e população em geral; exigências de internacionalização envolvendo projectos, bens e serviços culturais; exigências de sustentabilidade para os projectos que revelem mais e melhor actividade cultural.
E sendo a cultura, como afirma Ana Gabriela Macedo, Presidente do Conselho Cultural da Universidade do Minho, um estado dinâmico que deve inquietar e desassossegar permanentemente, cabe à Universidade liderar uma efectiva cooperação cultural intra e extra-muros desempenhando um papel fulcral no desenvolvimento dos mundos da Cultura.
Que a Arte (a Música) seja uma realidade na Universidade do Minho, tal como a descreve Susanne Langer: “o nosso mito de vida interior”»

 Elisa Lessa

                                                                                             
Bibliografia citada:
Branco, João de Freitas (…) Lisboa: Associação Portuguesa de Educação Musical.
Damásio, António (2010) O Livro da Consciência. Lisboa: Círculo de Leitores.
Kundera, Milan (1988) A Arte do Romance. Lisboa: D. Quixote.
Letria, José Jorge (2000) Pela Cultura. A experiência de Cascais e outras reflexões. Lisboa: Hugin.
Macedo, Ana Gabriela (2011) “De que falamos, quando falamos de Cultura?”Forum. Universidade do Minho: Conselho Cultural.
Santos, Maria de Lourdes Lima dos (2007) Políticas Culturais em Portugal. www.oac.pt.
Teixeira Lopes, João (2003) Escola, território e políticas culturais. Porto. Campo das Letras.
Vieira, Joaquim (1992) “C.Q.R. no Ensino Artístico (ou quem tem medo da diferenciação)”. Ensino Artístico. Porto: Edições Asa.

Por escolha da autora, este texto não segue o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

[Elisa Maria Maia da Silva Lessa é Professora Associada do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho e responsável científica da área de Ciências Musicais. Co-autora da proposta de criação do Curso de Licenciatura em Música em 2006, exerceu os cargos de Directora do Curso e do Departamento de Música até 2011. No exercício das suas funções criou o Coro de Câmara, a Orquestra de Sopros, a Orquestra de Cordas, os Ensemble Instrumentais e o Coro e Orquestra Académica do Departamento de Música. Foi igualmente fundadora e Directora Artística da Orquestra da Universidade do Minho entre 2006-2011. Actualmente é membro da direcção da Casa Museu de Monção, Unidade Cultural da Universidade do Minho.]

(reprodução de artigo publicado nesta data no Diário do Minho)