sábado, 30 de maio de 2015

"Propinas congeladas em dois terços das instituições de ensino superior"

«Maioria das universidades e politécnicos opta por não aumentar custo das licenciaturas para não perder alunos face às dificuldades das famílias. Quem cobra a propina máxima terá que baixar o valor.

As licenciaturas vão manter os mesmos preços praticados neste ano na grande maioria das instituições públicas de ensino superior. Dois terços das universidades e politécnicos que já definiram as propinas a cobrar a partir de Setembro optaram por congelar o seu valor, de forma a evitar acrescentar maiores dificuldades aos orçamentos das famílias. Há ainda quatro casos de universidades que cobram a propina máxima e que vão ter mesmo que baixá-la em 2015/2016, atendendo ao facto de a inflação ter sido negativa no ano passado.
Das 19 instituições que já definiram as propinas, 12 vão manter o mesmo valor nas licenciaturas no próximo ano lectivo. A estes juntam-se outras duas, as universidades dos Açores e da Beira Interior, onde a decisão ainda não foi tomada formalmente, mas a proposta em cima da mesa vai no sentido da manutenção dos preços.
“A universidade tem preocupação social e pretende que os alunos possam ter acesso ao ensino superior”, justifica a vice-reitora da Universidade de Évora, Ausenda Balbino. A instituição alentejana optou por manter o custo das licenciaturas em 1037,20 euros anuais, cerca de 30 euros abaixo do limite máximo. Com esta opção, perde uma receita de cerca de 160 mil euros anuais, que é “compensada através de prestações de serviços e captação de projectos”.
Também o presidente do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) aponta as dificuldades das famílias como justificação para a manutenção do valor das propinas. “Temos a propina mais baixa do país e os alunos podem pagá-la em dez prestações de 78 euros e mesmo assim ainda temos quem peça um adiamento pelas dificuldades financeiras, pessoais ou familiares”, explica João Carvalho. O mesmo responsável acrescenta ainda às justificações o facto de o politécnico estar sediado “numa das regiões mais pobres do país” e não ter residência universitária, o que implica um custo-extra com habitação para os seus alunos.
A única instituição de ensino superior que vai aumentar o custo das suas licenciaturas no próximo ano lectivo é o Instituto Politécnico de Bragança. “Definimos que a propina está indexada ao salário mínimo nacional e, como houve um aumento desse valor, a propina aumentará na mesma proporção”, justifica o vice-presidente Luís Pais. Ainda assim, os 785 euros anuais que serão cobrados no próximo ano, continuam a fazer da instituição transmontana uma das mais baratas do país.
Neste contexto de generalizado congelamento das propinas, há quatro instituições em que o custo até baixa no próximo ano: as universidades de Lisboa, Nova de Lisboa, Coimbra e Aveiro, que têm sempre cobrado o valor da propina máxima. No ano lectivo em curso, os alunos destas quatro instituições pagaram 1067,85 euros, mas, a partir de Setembro, vão ter uma poupança de pouco mais de quatro euros (1063,47 euros). Isto acontece pelo facto de a fixação do custo da propina máxima das licenciaturas no ensino superior público estar legalmente indexada à taxa de inflação do país. Como, em 2014, Portugal teve uma inflação negativa de 0,3%, o valor máximo que pode ser cobrado pela frequência do ensino superior também vai descer.
Esta é a primeira vez, desde 2010, que o valor da propina do ensino superior desce. No entanto, numa análise a médio prazo, a evolução dos preços da frequência das universidades e politécnicos tem sido sempre no sentido de um aumento de custos. Entre 1997 e 2003, as propinas andaram em valores entre os 200 e 300 euros. De então para cá, ultrapassaram os 800 euros, continuando a subir gradualmente e, em 2012/2013, cruzaram a barreira dos 1000 euros.
A tendência de congelamento do valor das propinas atinge este ano um maior número de instituições, mas a preocupação com o impacto da frequência do ensino superior no orçamento das famílias era uma tendência que se começava a perceber há uns anos. Há instituições que têm o valor das propinas congelado há cinco anos, como são os casos da Universidade do Porto, uma das maiores do país, e do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que continuam a cobrar 999 euros anuais aos alunos inscritos em licenciatura.

Falta de procura fecha mais 30 cursos
Cerca de 30 licenciaturas em instituições públicas de ensino superior não vão poder abrir no próximo ano lectivo, por falta de procura dos alunos, uma vez que o Governo determina que os cursos que, nos dois últimos anos, tiveram menos de dez inscritos não podem voltar a abrir lugar a novos estudantes. As regras definidas pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) para a fixação de vagas nas universidades e politécnicos em 2015/2016 implicam também o congelamento do número de vagas em cerca de metade das formações.
Estas regras já têm estado em vigor nos últimos anos. De resto, o despacho orientador do MEC, só teve como novidade o facto de já ter sido publicado no mês passado, cerca de um mês antes do habitual, mas não faz grandes mudanças às exigências que são feitas a instituições. O encerramento dos 30 cursos com baixa procura mantém a tendência dos últimos anos, em que 15 a 30 licenciaturas têm ficado impedidas de receber novos alunos.
As taxas de desemprego de alguns cursos também vão ter consequências nas vagas do próximo ano. O Governo determina que as licenciaturas com nível de desemprego acima da média de desemprego entre os recém-licenciados têm que manter o número de lugares para novos alunos no ano lectivo seguinte. Estão nesta situação cerca de 450 cursos, o que corresponde a perto de metade da oferta total no sector público.  
O Governo mantém também a tendência dos últimos anos impedindo a abertura de novas vagas em cursos de Medicina e Ensino Básico e recomendando às instituições de ensino superior que privilegiem uma afectação de lugares aos cursos de Ciências da Vida, Física, Matemática, Informática e Engenharia.»

(reprodução de notícia Público online, de 29/05/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"Crise leva universidades a congelarem propinas"

«Universidades e institutos politécnicos vão, de um modo geral, manter inalterados os valores das propinas anuais. Quem já cobra a propina máxima irá reduzi-la devido à inflação negativa do ano passado

12 das 19 universidades ou institutos politécnicos que já definiram o valor das propinas do próximo ano letivo optaram por não subir esse valor. O congelamento das propinas é a tendência predominante, com as instituições de ensino superior a procuraremnão perder alunos e, ao mesmo tempo, não sobrecarregar os orçamentos familiares. Há, até, universidades que vão reduzir ligeiramente o valor nominal da propina, por via da taxa de inflação negativa (de 0,3%) que foi registada em Portugal em 2014.
O jornal Público escreve esta sexta-feira que, pela primeira vez desde 2010, o valor das propinas vai descer em algumas universidades por via da inflação negativa. Falamos dos casos da Universidade de Lisboa, a Nova de Lisboa, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Aveiro. Devido à taxa de inflação negativa, a propina anual para as licenciaturas vai, nestas instituições, descer de 1.067,85 euros para 1.063,47 euros.
Na maioria dos outros casos, as propinas vão ficar na mesma, incluindo em instituições onde, ao contrário das quatro referidas, não se cobra a taxa máxima. A vice-reitora da Universidade de Évora, onde as propinas vão continuar 30 euros abaixo do máximo legal, diz que esta é uma decisão que se prende com a “preocupação social da universidade, que pretende que os alunos possam ter acesso ao ensino superior”.»

(reprodução de notícia Observador, de 29/05/2015 - HTTP://OBSERVADOR.PT/2015/05/29/CRISE-LEVA-UNIVERSIDADES-A-CONGELAREM-PROPINAS/

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, 29 de maio de 2015

"Candidatos só com licenciatura de Bolonha estão excluídos"

Notícia Notícias ao Minuto
No Parlamento não 'entram' licenciados de Bolonha:
http://www.noticiasaominuto.com/pais/397880/no-parlamento-nao-entram-licenciados-de-bolonha

"Docentes hoje na Assembleia contar casos dramáticos"

«Cerca de 50 docentes e investigadores do ensino superior vão hoje ao parlamento relatar aos deputados da comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura as "situações dramáticas" que vivem na sua carreira.
A "iniciativa diferente" organizada pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) pretende alertar os deputados de todos os grupos parlamentares para reivindicações antigas ainda sem resposta, como o alargamento do regime transitório para os docentes que ainda não concluíram o doutoramento e que podem ser impedidos de lecionar no ensino superior se não o fizerem até setembro, ou a aplicação da diretiva comunitária relativa à vinculação aos quadros dos docentes.
O regime transitório, instituído em 2009, ainda sob alçada do anterior Governo e que termina a 31 de agosto deste ano, previa um prazo para que os professores a lecionar nos institutos superiores politécnicos concluíssem os seus doutoramentos, um nível de habilitação que passa a ser uma exigência para se lecionar no ensino superior.
O presidente do SNESup, António Vicente, disse à Lusa que o objetivo imediato é o prolongamento do regime transitório por mais dois anos.
António Vicente alertou que os docentes em risco de serem excluídos do ensino superior fazem falta "ao normal funcionamento" das instituições onde lecionam, em alguns casos há mais de 20 anos, e que o alargamento do prazo por mais dois anos permitiria a conclusão dos doutoramentos ainda por terminar.
Sobre esta matéria, o Partido Comunista Português (PCP) entregou na Assembleia da República, a 22 de maio, um projeto de resolução para alargar o regime transitório, "num máximo de três anos", propondo ainda a "dispensa de serviço para a obtenção de grau de doutor".»

(reprodução de notícia NOTÍCIAS AO MINUTO,de 29 de maio de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quinta-feira, 28 de maio de 2015

"Universidades e politécnicos contestam dados do ministério"

«Reitores e presidentes dos politécnicos estão a analisar os dados da tutela e detectaram "incongruências".
De acordo com o cálculo do ministério, entre as 33 instituições analisadas há 20 universidades e politécnicos onde aumentou a taxa média de desemprego face ao ano passado. Resultados que as instituições contestam, dizem ser incompletos e que ainda podem vir a ser alterados por terem sido encontradas algumas "incongruências". 
Com algumas alterações no topo da tabela face ao ano passado, voltam a ser as instituições das regiões norte e interior as mais afectadas pelo desemprego.
Indicador que tanto as universidades como os politécnicos dizem ser "um fenómeno regional" e que não reflectem necessariamente a qualidade das instituições. As instituições com mais desemprego "estão nas regiões onde a taxa de desemprego é mais elevada" o que "influencia extremamente" os resultados, alerta o presidente do Conselho de Reitores, António Cunha, também reitor da Universidade do Minho. Opinião partilhada pela vice-presidente do Politécnico do Cávado e Ave, Patrícia Gomes, e pelo presidente do Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, para quem este "fenómeno regional" está associado "ao mercado de trabalho de cada região e não à instituição ou curso em si".
Tal como no ano passado, as universidades e os politécnicos apontam algumas falhas e lapsos ao método utilizado pelo ministério para calcular a taxa de empregabilidade dos cursos. Nas contas da tutela foram tidos em conta o número de diplomados entre os anos lectivos de 2009/2010 e de 2012/2013 e o número de licenciados que estavam inscritos nos centros de emprego (IEFP) a 31 de Dezembro de 2014. Os dados - a que o Económico teve acesso - estão agora a ser analisados pelas universidades e politécnicos que têm até dia 3 de Junho para enviar um parecer ao Ministério da Educação mas já foram encontrados alguns "lapsos".
"Há incongruências entre os nossos dados e os enviados" pelo Ministério da Educação, diz Patrícia Gomes, que acrescenta ainda que "não é claro se o número de diplomados tidos em conta diz respeito ao ano civil ou lectivo". Uma diferença que pode alterar os resultados, explica.
Também na Universidade de Alto Douro e Trás-os-Montes (UTAD) foram encontrados alguns "lapsos" e só três dos 30 cursos da universidade foram contabilizados "de forma correcta". Segundo o vice-reitor da UTAD, João Coutinho, a tutela "não teve em conta a totalidade dos diplomados da universidade durante os quatro anos devido à alteração dos códigos dos cursos". No total a UTAD conta com cerca de "3.700 diplomados e não com 1.200" como indicam os dados da tutela. Com este número a taxa de desemprego da universidade passa dos 11% "para os 3,8%", sublinha João Coutinho.
Além disso os reitores e os presidentes dos politécnicos dizem que o método está "incompleto", por não estarem contabilizados os recém-licenciados que emigraram, por exemplo. "Há muitos diplomados que emigraram e que não estão aqui contabilizados", alerta, Patrícia Gomes. E foi "precisamente nos anos de 2012 e 2013 que houve um grande fluxo de jovens a emigrar", sublinha ainda Pedro Dominguinhos.»

(reprodução de notícia Diário Económico online, de 28 de Maio de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quarta-feira, 27 de maio de 2015

"Devem ser disponibilizados os documentos aos membros dos órgãos da mesma Universidade para exercício das respectivas competências"

CADA - Parecer n.º 103/2011 CADA/Reitor da Universidade do Minho

(título de mensagem, datada de 27 de maio de 2015, disponível em UM para todos)

"Universidade de Coimbra detecta 60 casos de plágio"

"Universidade apertou o cerco aos plágios e penalizou dezenas de alunos. Faculdades em todo o país adoptaram sistemas informáticos anti-fraude, mas raros são os casos que chegam a tribunal.

A Universidade de Coimbra detectou 60 casos de plágios entre os estudantes das suas faculdades nos últimos cinco anos. Apesar de estas fraudes académicas serem perante a lei consideradas crime, nenhuma foi comunicada às autoridades.
Entre as situações identificadas estão seis dissertações de mestrado e uma tese de doutoramento, segundo dados a que o SOL teve acesso. O resto dos casos dizem respeito «a cópias de parte ou da totalidade de trabalhos de outros autores», explica fonte oficial da instituição. 
Foram abertos processos disciplinares e 59 alunos sofreram penalizações leves. Um dos estudantes, tendo em conta a gravidade da sua actuação, foi mesmo suspenso durante um ano.
Grande parte das infracções foi  descoberta através de um software informático que permite aos professores verificarem se há alguma semelhança com trabalhos já publicados. Trata-se de uma base de dados onde estão arquivadas milhares de teses. A instituição está agora a estudar a possibilidade de a generalizar às suas oito faculdades, uma vez que só algumas a têm disponível. Foi exactamente o que fez recentemente a Universidade de Lisboa que alargou o programa informático anti-plágio a todas as faculdades do seu grupo.  Esta ferramenta informática também permitiu que a Universidade Autónoma, em Lisboa, conseguisse detectar dois plágios graves em teses de mestrado. Num deles, o aluno reprovou e no outro, «depois de confrontado com as suas responsabilidades e eventuais consequências criminais», acabou por desistir da universidade, adiantou fonte oficial da instituição.

Faculdades evitam má publicidade
Apesar da preocupação que o assunto gera dentro das faculdades, são raros os casos de plágio que chegam ao Ministério Público. Quase todas as situações morrem na comunidade académica - o que, para o advogado Manuel Lopes Rocha, se deve ao facto de os professores considerarem que as situações podem ser «resolvidas internamente com sanções».
As poucas fraudes que acabam «em tribunal resultam de queixas de professores contra outros professores plagiadores», explica ao SOL o especialista em propriedade intelectual António Andrade. A Universidade Nova, por exemplo, anulou em 2013 a tese de doutoramento de um professor - que foi a julgamento depois de ser demitido - por ter plagiado integralmente os trabalhos de outros autores.
Já os casos que envolvem alunos são raros. E por isso, são também poucas as situações que chegam à Inspecção Geral de Educação: nos últimos quatro anos, segundo informação do Ministério da Educação e Ciência, chegaram a esta entidade apenas sete denúncias, todas  relativas a queixas particulares e envolvendo pós-graduações e provas da carreira académica. Após uma investigação, os trabalhos foram anulados.
Os professores reconhecem que as faculdades tentam evitar a má publicidade que estas situações trazem. «Há casos em todas as faculdades, mas ou não são detectados ou não são divulgados», adianta Aurora Teixeira, professora da Faculdade de Economia do Porto, lamentando que os sistemas informáticos só alertem para plágios na língua em que o trabalho é feito. 
Apesar de muitos professores alegarem que não denunciam muitos casos devido à burocracia que o processo implica, Aurora Teixeira admite que há docentes que optam por não comunicar as fraudes por estas porem em causa a sua própria competência : «Se os professores detectam um plágio, isso significa que não fizeram um correcto acompanhamento do aluno e, portanto, a denúncia não lhes interessa».
Ivo Domingues, professor da Universidade do Minho, reconhece que o problema é grave e que continua a ser ignorado. O aumento do número de doutoramentos e mestrados (estes passaram de 297, em 2000, para 17.316, em 2013) e os constrangimentos financeiros «têm levado algumas universidades a reduzir a exigência para manter a procura potencial», denuncia o professor. Para Ivo Domingues, a solução passa por acompanhar intensivamente os alunos durante o processo de investigação, até porque as «universidade não têm mecanismos eficazes para travar todas» as infracções.

'Vende-se' teses
Além dos plágios, as universidades debatem-se actualmente com outro problema: a compra e venda de trabalhos académicos ou de teses de mestrado e doutoramento.  
Uma simples pesquisa na internet revela que há dezenas e dezenas de anúncios, em sites como o OLX, de particulares ou empresas especializadas que comercializam trabalhos académicos.  
«Estes casos são muito mais difíceis de detectar do que os plágios», reconhece Isabel Capeloa Gil, vice-reitora da Universidade Católica, explicando que,  para tentar evitar esta prática, os alunos da instituição têm de assinar um compromisso de honra cada vez que entregam um trabalho, onde assumem a sua autoria. Para a responsável - que chegou a dar nota zero por plágio a um terço dos seus alunos de mestrado, em 2005 - é possível detectar se um aluno comprou algo já feito. Basta, refere, analisar com detalhe os registos de escrita anterior do estudante e realizar uma discussão oral da tese. «Mas isso dá muito mais trabalho e os professores estão sobrecarregados», afirma.
Ana, de 23 anos, comprou o último trabalho para conseguir concluir, há três anos, o curso de Gestão numa universidade pública de Lisboa. «Um colega meu deu-me o contacto de uma pessoa que fazia trabalhos por encomenda» conta ao SOL, explicando que era um resumo simples, com 10  páginas, que não exigia grande investigação. Encomendou o texto através do Facebook ao vendedor que, na verdade, era um colega que frequentava o mestrado na mesma universidade. Deu-lhe os detalhes do tema e número de páginas por sms e pagou 50 euros por transferência bancária. Teve 15 de nota final. 
Vera, uma jovem licenciada em Comunicação Social, vive deste negócio: cobra entre 300 a 900 euros por trabalho, consoante o tempo que dedica. Às vezes faz só investigação, noutras escreve algumas partes das teses e noutras ainda corrige os textos. Este ano já foi contratada para ajudar 30 estudantes."

(reprodução de notícia SOL online, de 26 de maio de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"Ensino Superior - Deixará de ser possível pedir estas transferências"

«Só em casos de mudança de curso é que os alunos podem pedir transferência de uma instituição para a outra.

As transferências e mudanças de cursos no ensino superior têm regras mais apertadas. Todos os estudantes passarão a estar impedidos de pedir transferências de politécnicos para universidades e o contrário também é verdadeiro, adianta o Diário Económico.
Isto significa que, por exemplo, um estudante de engenharia de um politécnico só pode pedir transferência (mudar de curso dentro da mesma área) para um politécnico.
Esta alteração consta da proposta de regulamento enviado às instituições de ensino superior.
“Podem requerer a transferência os alunos que tenham estado matriculados e inscritos noutra instituição de ensino superior nacional do mesmo subsistema (universitário ou politécnico) no mesmo curso e não o tenham concluído, tendo havido ou não interrupção de inscrição”, lê-se.
Os alunos ficam assim limitados à mudança de curso, que só podem fazer se tiverem realizado os exames nacionais específicos.
Com estas regras “o que se impede são os abusos conhecidos de entrada fictícia num curso com o objetivo de entrar noutro curso iludindo as regras de acesso e assim ultrapassar os colegas que seguem as normas prescritas”, indica, em declarações ao Diário Económico, o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes.»

(reprodução de notícia Notícias ao Minuto, de 26 de maio de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"Google, Sonae e Deloitte são as empresas preferidas dos estudantes portugueses"

«Inquérito realizado junto de 2500 estudantes universitários de economia, gestão e engenharia aponta a Google como a empresa mais atrativa para trabalhar, seguida da Sonae e da Deloitte. 

A Google, a Sonae e a Deloitte ocupam o pódio - exatamente por esta ordem - entre as empresas consideradas mais atrativas pelos universitários portugueses, segundo um inquérito realizado pela Spark Agency e pela Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, recolhendo a opinião de cerca de 2500 estudantes. 
Além daquelas três empresas, a lista das 20 empresas preferidas para desenvolver a carreira inclui ainda companhias portuguesas, como a EDP, Galp, Jerónimo Martins, TAP e Caixa Geral de Depósitos, com o supervisor do sistema bancário, o Banco de Portugal, também incluído no rol das preferências. 
A lista contempla ainda diversas multinacionais estrangeiras, como a PwC, Nestlé, L'Oreal, Apple, McKinsey, Bosch, EY, KPMG, Unilever, Siemens e BMW. 
Segundo a pesquisa, os estudantes inquiridos elencaram como principais objetivos na procura de um primeiro emprego trabalhar num local caracterizado pela honestidade, ganhar experiência e trabalhar numa empresa onde o desempenho seja reconhecido.  
Estes fatores foram globalmente considerados mais relevantes do que "trabalhar numa empresa lucrativa e com robustez financeira" e do que ter a oportunidade de aplicar conhecimentos adquiridos na universidade. 
O estudo ouviu 1595 estudantes de economia e gestão e 899 alunos de engenharia de 15 universidades portuguesas, ao longo de cinco meses, tendo convidado os inquiridos a apontar cinco empresas da sua preferência e ainda selecionar de uma lista de 243 empresas quais as companhias em que considerariam trabalhar. »

(reprodução de notícia Expresso online, de 25.05.2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 25 de maio de 2015

"Google financia projecto da Universidade de Coimbra de reconstrução 3D de cidades"

«Sistema pretende oferecer ao utilizador “uma experiência imersiva, em que o utilizador navega livremente pelas ruas”.

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desenvolveu um modelo informático destinado a sistemas de reconstrução 3D de ambientes urbanos. O projecto foi seleccionado pelo Google, que actualmente está a financiar o trabalho iniciado por investigadores portugueses.
O Google Street View já permite visitar grande parte do planeta através de uma perspectiva tridimensional. Mas a visualização de uma rua, por exemplo, fica limitada ao que foi captado pela câmara do Google montada num carro. O projecto, que começou a ser desenvolvido em 2014 por dois grupos de investigação do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Universidade de Coimbra, tem como objectivo proporcionar “uma experiência imersiva, em que o utilizador navega livremente pelas ruas”, indica a instituição em comunicado.
Os investigadores criaram um sistema que obtém reconstruções 3D detalhadas de cidades, que ainda se encontra em fase de protótipo, mas que chamou a atenção do Google durante um concurso mundial de ideias, ao qual a equipa da Universidade de Coimbra concorreu. O trabalho acabou por ser seleccionado e recebeu o apoio financeiro do motor de busca norte-americano.
Carolina Raposo, João Barreto e Gabriel Falcão, que fazem parte da equipa, explicam que a novidade desta tecnologia é que o algoritmo usado no sistema tem por base a “utilização de planos, não só para descrever a cena, mas também para calcular o movimento da câmara”. “Isto faz com que os modelos em 3D sejam gerados automaticamente e armazenados de forma muito compacta (ao contrário dos métodos existentes que trabalham com nuvens de pontos), permitindo a sua rápida transmissão”, indicam citados na nota da universidade.
A tecnologia usada para desenvolver o sistema tem outra particularidade. É “capaz de trabalhar com um número reduzido de imagens”. “Isto acontece porque é frequente que o mesmo plano seja ‘visto’ pelas câmaras em posições distantes, permitindo recuperar o movimento. Tal não se verifica com os métodos actuais que requerem que as imagens sejam adquiridas em posições fisicamente próximas e, consequentemente, necessitam de muito mais informação”, indicam ainda os investigadores.»

(reprodução de notícia Público online, de 25/05/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"A renovação do corpo docente das universidades e a informação"

«A renovação do corpo docente das universidades é uma necessidade imperiosa que  se pode comprovar facilmente pelos resultados a que conduz a não renovação. Por um lado, recusa-se às gerações novas o direito de acesso à docência  universitária  e, por outro, faz-se  com que as universidades fiquem cada vez mais nas mãos de gerações mais velhas que, sem deixar de terem importância (mal das universidades que desprezam o trabalho das gerações que têm saber e experiência) não podem monopolizar as instituições. É importante o equilíbrio e a comunicação entre as gerações mais novas e as mais  velhas.
É necessário que a política universitária do nosso país tenha isso em devida  conta. Consciente disso e com vista a aprofundar este tema e lutar pelo acesso das gerações novas às universidades (ao corpo docente das universidades), facto que era normal até acerca de alguns anos fiz a uma universidade as seguintes perguntas entre outras (não foram muitas) :
1)      Qual  a média de idade do corpo docente do quadro  da universidade?
2)      Qual a média de idade do corpo docente do quadro (desde professores auxiliares a catedráticos)  de cada uma das suas unidades orgânicas ?
Antes de avançar importa esclarecer para quem não está familiarizado com esta matéria que as unidades orgânicas (estruturas de ensino e investigação)  recebem várias denominações  conforme os estatutos das diversas universidades portuguesas. A designação faculdades é bem conhecida e é utilizada não só nas  universidades tradicionais (Lisboa, Porto e Coimbra) mas também, por exemplo, na Universidade da Beira Interior e do Algarve. Já na Universidade do Minho e na de Évora  chamam-se escolas e na Universidade de Aveiro,  departamentos.
Ora estas perguntas que formulei não foram devidamente respondidas, o que manifestamente não se compreende. Uma universidade deve ser transparente e não deve negar informação e ainda mais se é uma instituição pública. A recusa de informação pode ter por fundamento, é certo, o facto de ela não existir, não estar devidamente recolhida ou facilmente acessível. Mas se é disso que se trata, pior ainda. Devia ser recolhida de imediato e fornecida.
A informação tal como a opinião devem circular nas universidades e nas suas unidades orgânicas com largueza . Quando tal não sucede, algo de preocupante se passa.
Uma palavra ainda para dizer que as gerações novas têm muito a dizer nesta matéria. De que estão à espera para lutar por aquilo que é um direito que lhes pertence? Se é bem verdade que os tempos não estão fáceis, isso não deve ser motivo para baixar os braços e aceitar como inevitável o que inevitável não é.

                 António Cândido de Oliveira
                acmoliveira2011@gmail.com»

(reprodução de texto do autor identificado publicado em Diário do Minho, em 21 de maio de 2015)

sábado, 23 de maio de 2015

"Também temos na Universidade inquéritos à aprendizagem. Quem os faz terá a noção que ninguém os vai analisar?"

Inquéritos e estatísticas 

(título de mensagem, datada de 23 de maio de 2015, disponível em O Campus e a Cidade)

"Regulamento dos Regimes de Mudança de Curso, Transferência e Reingresso no Ensino Superior - discussão pública"

Projeto do Ministério da Educação e Ciência para o Regulamento dos Regimes de Mudança de Curso, Transferência e Reingresso no Ensino Superior:
http://www.snesup.pt/htmls/_dlds/Projeto_Reg_Regime_Mudanca_de_cursos_transf_e_reingresso_no_ES.pdf

(ligação identificada na sequência de chamada de atenção publicada em UM para todos)

"Cientistas em Portugal nunca tinham ganho tantas bolsas milionárias"

«Dois investigadores, um na Fundação Champalimaud, outro na Universidade do Minho, ganharam bolsas num total de cinco milhões de euros para trabalhar em Portugal, na área do cérebro e em medicina regenerativa
Chamam-lhes as bolsas milionárias e com razão, porque as verbas que estas bolsas avançadas (Advanced Grants) envolvem, atribuídas pelo European Research Council (ERC), são da ordem dos 2,5 milhões de euros para cinco anos. Dois investigadores em Portugal, o norte-americano Zachary Mainen, da Fundação Champalimaud, em Lisboa, e o português João Mano, do Instituto 3B"s, da Universidade do Minho, acabaram de conquistar mais duas destas bolsas, que vão financiar os seus projectos de investigação nos próximos cinco anos.
Eles são os mais recentes vencedores destas bolsas extremamente competitivas, que só financiam os melhores, mas desde que elas foram criadas pelo European Research Council, em 2007, um número crescente de portugueses tem conseguido conquistá-las.»

(reprodução de notícia Diário de Notícias online, de 23 de maio de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Para aqueles que, como eu, são vistos como minoritários ...

Para aqueles que, como eu, são vistos como minoritários, a questão da identidade é importante a vida inteira

J. E. Agualusa

quinta-feira, 21 de maio de 2015

"It’s not all about your IQ"

Artigo World Economica Forum
What do successful students have in common? 
https://agenda.weforum.org/2014/12/what-do-successful-students-have-in-common/

"Onde os jovens portugueses gostariam de trabalhar"

«Um estudo levado a cabo pela Spark Agency e pela Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho identificou as 20 empresas que os jovens portugueses consideram ideais para trabalharem.

Dois mil e quinhentos alunos portugueses dos cursos de economia, gestão e tecnologia responderam à pergunta: quais são as empresas ideais para trabalharem? O top cinco já está escolhido – Google, Sonae, Deloitte, PricewaterhouseCoopers (PwC) e EDP. Foram cinco meses de inquérito a jovens de várias universidades do país.
O estudo foi realizado pela Spark Agency em colaboração com a Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho e envolveu 2.494 alunos dos primeiros, segundos e terceiros anos dos cursos de Economia, Gestão e Engenharias, de 15 universidades portuguesas.
Durante o inquérito, os jovens tiveram de enumerar, no máximo, cinco empresas em que considerassem que fosse ideal trabalharem. Paralelamente, de uma lista de 243 organizações, os inquiridos tiveram de escolher aquelas em que gostariam de trabalhar.
As 20 empresas mais atrativas para os jovens portugueses:
1.      Google
2.      Sonae
3.      Deloitte
4.      PwC
5.      EDP
6.      Nestlé
7.      L’Oreal
8.      Apple
9.      Jerónimo Martins
10.  McKinsey & Company
11.  Bosch
12.  Galp
13.  EY (Ernst & Young)
14.  KPMG
15.  Unilever
16.  TAP
17.  Siemens
18.  BMW
19.  Banco de Portugal
20.  Caixa Geral de Depósitos»

(reprodução de notícia OBESERVADOR, de 19/05/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quarta-feira, 20 de maio de 2015

"O papel dos Conselhos Gerais no governo das Universidades públicas portuguesas"

O papel dos Conselhos Gerais no governo das Universidades públicas portuguesas: a lei e a prática -
https://drive.google.com/file/d/0B0Hxw1-OkthJVTM0bGlwZGQyYVk/view?pli=1

(referência recolhida em UM para todos, em 2015/05/20)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

"Shark Tank"

«No último Expresso da Meia Noite, Pedro Gonçalves, o Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, deixou bem claro o que pensa o Governo e a atual maioria sobre política de ciência. Neste caso, como em tudo, a maioria parece guiar-se pelas seguintes máximas: o melhor avaliador é o mercado; é preciso que o Estado saia da frente para que os privados invistam. Dificilmente encontramos uma área onde isto seja mais falso e mais pernicioso do que na ciência.
Quando Maria de Lurdes Rodrigues e Elvira Fortunato confrontaram Pedro Gonçalves com o estrangulamento financeiro das universidades e dos centros de investigação, o Secretário de Estado respondeu dizendo que Governo apostava tudo na ligação do conhecimento ao mercado e às empresas, ou melhor, que o Governo apostava tudo na tese de que, recuando o Estado, a ligação entre universidades e empresas pudesse sair reforçada. E deu como exemplo o protocolo entre a Bosch e a Universidade do Minho. Esse protocolo é muito importante, mas não pode funcionar como modelo de financiamento para o sistema cientifico nacional. O protocolo só existe porque o Estado, e não a Bosch, investiu e investe na Universidade do Minho. Para que as universidades possam ter valor para os privados, não podem ser estes os seus principais financiadores. A Bosch não quer fundar, financiar e assegurar a existência da Universidade do Minho, quer recorrer aos seus serviços e quer que estes sejam de excelência.
Se a produção de conhecimento for determinada por estratégias comerciais e mercantis das empresas, perde a produção de conhecimento e perdem as empresas. Porque não é assim que o conhecimento é produzido, nem pode ser assim que as universidades funcionam. E as empresas, ao contrário do Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, sabem isto: não consta que as empresas que mais investem em inovação, como a Bosch, defendam que a melhor maneira de aproximar as universidades das empresas passe por desinvestimento público nas universidades, nos centros tecnológicos e nos laboratórios do Estado. Só pode haver conhecimento aplicável se antes houver conhecimento.
Pedro Gonçalves, que vem do setor financeiro, olha para as universidades como se estas fossem start-ups que devem atrair financiamento de investidores privados. Só através do recuo do Estado, que obriga as universidades a sair da sua zona de conforto em procura de financiamento alternativo, podemos verdadeiramente saber que parte do sistema cientifico nacional tem qualidade e merece sobreviver. O modelo de financiamento da ciência e da inovação que o Secretário de Estado tem em mente parece ser uma versão do Shark Tank

(reprodução de artigo Expresso online, de 18.05.2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

“Para uma instituição conseguir mais financiamento tem de o roubar às outras”

Actual modelo de financiamento das universidades “é odioso”

(reprodução de texto/entrevista disponível em UM para todos, datado/a de 18 de Maio de 2015)

"É necessário fazer um pausa para pensar, mesmo que isso signifique diminuir os número de bolseiros nas universidades"

A ciência é para ser aplicada? 

(título de mensagem, datada de domingo, 17 de maio de 2015, disponível em O Campus e a Cidade)

sexta-feira, 15 de maio de 2015

"Que valem os ´rankings` académicos?"

«[...]
Estes rankings, todavia, não estão isentos de controvérsia, havendo até universidades que deliberadamente buscam manter-se fora deles, porque entendem que são injustos ou prejudicam os seus padrões de qualidade, como é o caso da Universidade de Wolverhampton do Reino Unido e do Reed College (Portland, Oregon) dos EUA, para dar apenas dois exemplos.
O académico alemão Max Otte, no seu ensaio de 2010 O crash da informação, assinalou que a ideia da criação de tais listas hierarquizadas surgiu no princípio do século XXI em resposta a uma necessidade sentida por cada vez mais pessoas de disporem de um “meio barato, rápido e eficiente” de obter informação útil em contextos onde a mesma sobre-abunda e onde por causa do ruído gerado pela publicidade, meios de comunicação e Internet se torna cada vez mais difícil confiarem nos seus próprios juízos.
Apareceram, desse modo, empresas especializadas na sua elaboração que, a prazo, originaram um domínio de negócio em contínua prosperidade. Elas servem-se de um modelo básico para a sua confeção: usando um conjunto de características selecionadas para avaliar as diferentes universidades, atribuem a cada uma delas uma classificação e depois retiram a respetiva média que funciona como expressão sintética do nível ou posição relativa de cada instituição no ranking.
Decorre da sua própria natureza, estas listas serem simplificadoras e, por consequência, redutoras, transmutando “enigmaticamente” propriedades em quantidades: a título ilustrativo, o “THE 100 under 50” recorre a 13 indicadores de performance agrupados em 5 áreas com diferentes pesos: ensino (30%), investigação (30%), citações (30%), inovação (2.5%) e internacionalização (7.5%). Elas procuram aparentar objetividade, mediante expressões numéricas, mas são profundamente subjetivas, porque resultam de apreciações de qualidades.
Além disso, elas afiguram-se cada vez mais parecidas, denotando, ao mesmo tempo, uma perda de diversidade na oferta formativa das universidades e a tendência das mesmas para a assumirem como mera mercadoria.
Enfim, será importante que as instituições de ensino superior reflitam seriamente se pretendem continuar a fazer esforços e sacrifícios para estar neste ou naquele ranking ou, alternativamente, se querem pugnar, em autonomia, pela excelência educativa.»

(reprodução parcial de artigo Correio do Minho online, de 2015/05/15)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Crítica: uma revista de académicos para ´um público mais alargado`”

«A nova revista, gratuita e online, será lançada esta quinta-feira, às 18h, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.

Chama-se Crítica Económica e Social e pretende ser “um meio de análise das questões europeias, das medidas de políticas públicas, da evolução não só da economia mas também da sociedade portuguesa e dos seus grandes debates”. Na sua redacção estão vários académicos com intervenção pública, como Francisco Louçã, João Ferreira do Amaral, Brandão de Brito, Manuela Arcanjo, Pedro Adão e Silva, Eugénia Pires, Ana Costa e José Luís Albuquerque, mas também membros do gabinete de estudos da CGTP, como Joaquim Dionísio e Eugénio Rosa.
“A revista dirige-se a um público mais alargado do que o dos especialistas ou universitários, porque entendemos que, agora como nos tempos vindouros, é ainda mais necessária uma contribuição esclarecida (e plural) para a análise das opções económicas e sociais”, adianta o texto introdutório que serve de apresentação ao primeiro número desta revista mensal.
A apresentação do número 1 será feita esta quinta-feira, a partir das 18 horas, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa e será seguida de um debate entre João Galamba, Ferreira do Amaral e Eugénio Rosa.
O primeiro número terá dois dossiers especiais. O primeiro, sobre Emprego e Segurança Social conta com trabalhos de José Luís Albuquerque, António Bagão Félix, Manuel Carvalho da Silva, João Ramos de Almeida e Hugo Mendes entre outros. O segundo destaque da edição é dedicado à Grécia, com contributos de Yanis Varoufakis, Stathis Kouvelakis e Costas Lapavitsas.
Colaboram ainda, nesta edição, os economistas Alexandre Abreu, José M. Castro Caldas, António Mendonça e António Carlos Santos e o filósofo Viriato Soromenho Marques.
No site, (www.criticaeconomica.net) estará disponível um “repositório de trabalhos já publicados em diversos âmbitos (blogs, revistas, jornais, relatórios para movimentos sociais, etc.) e que se tornariam assim mais facilmente acessíveis a diversos públicos”. “A revista também pode ter mais e queremos que tenha mais: recensões, notas, artigos e estudos”, adiantam os seus promotores. Exemplos disso são “os estudos e propostas sobre reestruturação da dívida, análises dos números da pobreza, do desemprego, das desigualdades e concentração da riqueza, da crescente exclusão social”. É feito, ainda, um apelo especial a “jovens investigadores”, para quem esta revista constitui “um meio de publicação”. Apesar do predomínio de economistas, a revista pretende publicar trabalhos “de sociólogos, historiadores, juristas, antropólogos, geógrafos ou de outras ciências sociais”.»

(reprodução de notícia Público online, de 14/05/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]